Tendência de marketing no surf se consolida para o Rio de Janeiro

O Brasil tem uma grande história no surf. Se hoje o esporte está em total evidência, graças ao título mundial de Gabriel Medina em 2014 – o primeiro de um brazuca -, temos em nossa história atletas que batalharam muito para que hoje o esporte fosse reconhecido sem estigmas, preconceito ou indiferença. Atletas de gabarito e respeitados mundialmente como Rico de Souza, Fábio Gouveia, Adriano de Souza e, em minha opinião, aquele que ainda é o maior dos surfistas brasileiros considerando o que ele representa para o esporte como um todo, Teco Padaratz. Cito estes quatro nomes, de diferentes gerações, apenas como exemplos, mas haveriam muitos outros a listar.

No início do mês de abril, uma notícia veiculada na mídia especializada dava conta de que as tradicionais marcas de surf – como Billabong, Quiksilver, Hang Loose e Reef, por exemplo – caminhavam para deixar os postos de patrocínio master nos eventos da World Surf League. Na edição de março da revista Fluir, o próprio Teco Padaratz, hoje organizador da etapa brasileira da WSL, deixou no ar: “A Billabong não será mais uma das patrocinadoras (do Rio Pro), mas estamos perto de fechar outro patrocínio bacana. Há uns 15, 17 anos, tive uma reunião na ASP (Association of Surfing Professionals), como atleta, e cheguei a fazer uma declaração que ficou famosa lá, dizendo que as marcas de surf deveriam patrocinar surfistas e encher o bolso deles de grana, enquanto eventos deveriam ser bancados por empresas especializadas em patrocinar eventos”. Vale comentar que, se quando atleta, há quase duas décadas, Teco tinha esta visão, não é surpresa ser hoje uma das cabeças que pensam o esporte de forma profissional, empreendedora e inovadora.

Vamos lá: se as marcas de surf possuem limites de gastos e precisam dividir seus orçamentos entre eventos e atletas, é fácil chegar à conclusão de que, com a verba curta, todos deixam de crescer. Tanto o Tour, cujas etapas necessitam de uma estrutura cada vez mais de ponta, e os atletas, que precisam de subsídios para se dedicar cada vez mais aos treinos, tendo em vista que a competição está cada vez mais exigente em termos físicos e técnicos. Em resumo, tudo isso custa dinheiro, e não é pouco.

Eis que já na edição de abril da mesma revista Fluir, vejo o anúncio da etapa do Rio, que acontecerá entre 11 e 22 de maio. Como se pode ver na foto, as mudanças projetadas por Teco já aconteceram: OI RIO PRO, apresentado por CORONA EXTRA. Em minha opinião, um casamento muito interessante, pois a OI tem tradição em patrocínios esportivos no Brasil, enquanto a Corona está entrando no mercado nacional e lá fora, especialmente no México e na Oceania, investe muito em material relacionado ao surf. Entre os patrocínios complementares temos o Guaraná Antártica, que também tem tradição em patrocínios esportivos no Brasil, Jeep, que está em um momento de afirmação de seu novo posicionamento por aqui, e a GoPro, câmera de ação mais usada entre os praticantes de esportes radicais e uma grande parceira do surf.

Se a tendência do Mundial de Surf é realmente trazer grandes empresas para perto, investindo no esporte como um de seus canais de marketing, a etapa brasileira assumiu um posicionamento de liderança em meu ponto de vista. Aproveitando que nossos atletas estão em um momento excelente dentro d’água, espero que o OI Rio Pro seja um sucesso e dê ainda mais motivos para que os gringos falem bem do nosso surf – também fora d’água.

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